sexta-feira, 11 de março de 2011

Musica de moleque

A Pequeno cidadão e suas crias
Patricia Toni Firmino

Tudo começou com a Adriana, que deixou de ser Calcanhoto para se transformar em Partimpim. Depois, roqueiros conhecidos pelas letras de protesto e um passado não tão doce criaram a banda, Pequeno Cidadão. Por fim, a banda Pato Fu gravou seu ultimo disco com instrumentos musicais de brinquedo. O estilo destes três artistas pode ser bem diferente, mas possui uma semelhança: a música é para adulto ouvir. Agora, eles dedicam seu tempo, inspiração e estrutura para agradar o publico infantil.
A cantora Adriana Calcanhoto iniciou sua bem sucedida carreira na MPB nos anos 90. Em 2004, lançou o CD, Adriana Partimpim, gravação idealizada para ser ouvida por crianças. Canções como Oito Anos e Saiba retratam as dúvidas e descobertas dessa fase da vida. Esta “brincadeira” lhe rendeu um disco de ouro (coisa rara em tempos de internet e pirataria) e um Grammy Latino.

Adriana vestida de Partimpim

A banda Pequeno Cidadão, é formada pelo ex-Titã Arnaldo Antunes, o ex- IRA!, Edgar Scandurra, a ex-Gang 90 Taciana Barros e Antonio Pinto, compositor de trilhas sonoras de filmes. A combinação improvável resultou em faixas de um CD que ensinam, educam, responsabilizam e ao mesmo tempo divertem.
O Pato Fu revelou seu lado criança no lançamento, Musica de Brinquedo. O repertório é feito de reinterpretações de sucessos consagrados. Mas para ficar mais divertido um kazoo entrou no lugar de instrumentos de sopro, um brinquedo Genius simulou um saxofone e uma calculadora reproduziu o som de um teclado.


O Pato Fu e os instrumentos de brinquedo

O que levou estes três artistas a se interessarem pelo mercado das crianças pode ter uma razão: a “maternidade”. Todos mudaram suas vidas após a chegada de seus filhos e isso influenciou na forma com que fazem sua arte. Mas outra explicação plausível é a escassez e má qualidade da música para esse público. Bandas com melodias, letras e figurinos fúteis e sem originalidade são maioria. Artistas de verdade queriam mudar esse quadro. E por serem quem são, conseguiram este feito, literalmente, brincando.

Assista aos vídeos:




2 comentários:

  1. Patty, concordo com suas explicações. Realmente, o leque de música infantil de qualidade no Brasil ainda é muito restrito. Tirando as cantigas populares e algumas experiências bem-sucedidas dessa nova leva de artistas, dentre os quais destaco o Palavra Cantada, o que restam são músicas sem conteúdo e ritmos tão manjados que são enfadonhos! Não é porque é pra criança que tem que ser mal feito. Afinal, os pais também ouvem!

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  2. Que legal esta postagem. E veja a coincidência: leio enquanto ouço a música "Por você", do Barão Vermelho, tocada em ritmo de pagode por um desses grupos genéricos. (Agradeço ao vizinho a audição compulsória).
    É sempre assim: a arte na vanguarda, o comércio na rabeira.
    Gostei de conhecer mais esta vertente musical.

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