Francine Marcondes
Merendas estragadas em creches e escolas públicas viraram rotina. Essa semana li, de novo, algo absurdo, foram encontrados fardos de macarrão cheios de carunchos, alimentos vencidos, biscoitos roídos por ratos e veneno expostos nos cantos das paredes de um depósito destinado a guardar a merenda servida nas creches de João Pessoa (PA). O Ministério Público chegou até o galpão por meio de uma denúncia anônima e constatou a presença de formigas, teia de aranha e poeira sobre os pacotes de alimentos.
O que explica crianças passarem fome se grande parte do alimento "fornecido pelo governo" estraga?
Só me resta crer que a maior parte desse merenda já chega ao galpão estragada. Vi uma denúncia parecida em um programa de televisão dias desses. Alunos de escolas públicas do País já chegaram a passar mal e ter de ir para o hospital com intoxicação alimentar, porque a carne moiída de um dos lanches chegou à cozinha da escola num caminhão sem refrigeração e completamente estragada. Sinto-me na obrigação de deixar a pergunta no ar, porque não consigo achar a resposta: Como é possivel uma criança ou um adolescente que vive em condições como esta, de não ter alimento, conseguirá se focar e se dedicar aos estudos?
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